terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Crise nas Infinitas Terras e a celebração da DC (parte 1)


Em outubro de 2012 estreava nos Estados Unidos pelo canal CW, Arrow. A série que tinha como intenção, contar a história de Oliver Queen e a saga que o tornaria o Arqueiro Verde. Um seriado cheio de pequenos erros - propositais ou não - mas que serviu de base para o que viria a ser a construção do “Universo Televisivo da DC” que popularmente passou a ser chamado de “Arrowverse”.
Que com o tempo veio recebendo a adesão de outras séries como Flash, Legends of Tomorrow (minha preferida pelo seu total descompromisso), Supergirl e mais recentemente a série da Batwoman. Estabelecendo, ainda que de forma meio doida e com suas restrições orçamentárias, o que a DC não tinha conseguido realizar nos cinemas, um universo que fizesse seus personagens interagirem, mesmo não sendo às vezes da “mesma Terra”, estabelecendo também um dos conceitos mais icônicos da DC Comics nos quadrinhos, o “Multiverso”.


Passando a criar no final de cada ano um grande crossover compreendendo todas as suas séries. E tudo ia muito bem, apesar das críticas enfurecidas de certos fãs nas redes sociais, que vez ou outra faziam chacota do tom adotado nestes seriados, até que após o crossover “Crise na Terra X” saiu a notícia que deixou até quem não é fã da casa do Batman e Superman em polvorosa.
O CW faria em seu próximo crossover uma adaptação da saga “Crise nas Infinitas Terras”!

 
Não vou ficar entrando no mérito de esmiuçar a icônica saga dos quadrinhos criada por Marv Wolfman e desenhada com maestria por George Perez aqui por três motivos:
1º - Tal obra ocuparia um espaço enorme aqui no artigo.
2º - Pela sua importância merece inclusive um artigo só para ela.
3º - Antes de tudo, apesar de pegar carona na premissa original da clássica HQ dos anos 1980, a “Crise nas Infinitas Terras” da tevê é, sobretudo, uma imensa celebração, e este exasperado excesso de comparações, em um caráter extremamente pessoal de avaliação, considero um grave erro que peço caso você que esteja lendo este artigo, e não tenha ainda assistido o crossover, não cometa.


No início do crossover temos logo de cara a onda de antimatéria criada pelo Antimonitor varrendo o multiverso e destruindo diversos mundos. E sua contraparte, o Monitor procurando reunir os heróis (ou quase isto) na busca de salvar o multiverso.
O roteiro em si, de fato, é de uma simplicidade absurda, apesar da quantidade de mundos e personagens envolvidos. Mas este é um raro, diria até raríssimo caso, em que o roteiro é apenas uma ferramenta para uma maravilhosa viagem por um mundo de personagens que nos fascinam há décadas.
E o que o CW vinha prometendo há meses foi cumprido sim. Num festival espetacular de participações especiais para deixar qualquer com um sorriso de orelha a orelha.


Desde aparições de personagens de antigas séries como o Dick Grayson (Burt Ward) da clássica série do Batman de 1966 e seus indefectíveis bordões.


Passando pela Caçadora (Ashley Scott) da mal sucedida série das Aves de Rapina, mas que nem por isto deixaram de lembrar. 


Chegando até ao repórter Alexander Knox (Robert Wuhl) do filme do Batman de Tim Burton de 1989.
Sem deixar de lado as citações de outras séries com personagens da DC, mas que não fazem parte do canal CW, como a série dos Titãs.


E até a aparição em carne e osso de Kevin Conroy, o ator que mais interpretou o Batman até hoje, já que faz a voz do personagem desde 1991 quando do começo de “Batman A Série Animada”, numa espécie de versão caída e até maligna do personagem, usando um exoesqueleto que referencia a HQ “Reino do Amanhã”, que até pode não ter tido relevância nenhuma para o desenrolar da trama, mas que sem dúvida colocou no bolso a versão do “Morcego” interpretada no cinema por Ben Affleck. Uma versão que de fato passa muita amargura e que dá a impressão que se espremesse daria para se fazer uma limonada de sua essência.
O problema é que para aumentar o hype da coisa toda ninguém falou que estas aparições seriam apenas isto, aparições, algo que decepcionou muita gente, e de fato foi um dos pontos fracos da saga televisiva.



E se é para citar “balde de água fria”, com certeza nada foi mais decepcionante que a aparição de Tom Welling e Erica Durance reprisando seus icônicos papéis de “Smallville”.

 
Tudo bem que dá até para se entender o “gancho” que foi jogado naquela sequência, mostrando um Clark Kent que abriu mão de seus poderes para viver uma vida normal, mas mesmo assim não há como negar que foi talvez o ponto mais baixo da coisa toda, até (ou principalmente) pela ausência da exploração deste “gancho”, ou seja, as consequências que aquela atitude de Clark tiveram sobre todo o contexto do que acontecia, mesmo que aqui o roteiro como citei seja apenas uma ferramenta para uma grande celebração.


Mas nem todas estas “meras aparições” foram assim tão decepcionantes, pois para surpresa geral (eu incluso), o CW foi inteligente ao que parece, para deixar algumas brechas, algumas lacunas a preencher, caso algo de novo ocorresse.


E isto ocorreu quando o chefão da Warner nos cinemas ligou para o produtor Marc Gugenhein indagando se ainda havia tempo de colocar o Flash de Ezra Miller na trama. E assim foi feito. Pessoalmente nunca fui (e não sou) admirador deste Flash engraçadinho do chamado DCEU, mas isto aqui pouco ou nada importa, pois a celebração está acima de opiniões de caráter mais pessoal.


Mas e as participações relevantes?
Ahhhh... Estas eu vou deixar para a segunda parte do maior evento televisivo da história.


Afinal, se eles podem interromper o desenrolar do crossover no meio, para só apresentar a conclusão semanas depois, por que eu não posso (risos)?
Até lá!


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