terça-feira, 20 de agosto de 2019

Os 10 Capitães Mais Icônicos da Ficção


Desde o começo da assim chamada cultura pop, a figura de capitães tem sido uma constante.
Por isto esta lista. Mas deixando claro que aqui só entram aqueles personagens que tem patente militar e/ou são ou foram comandantes de alguma belonave.
Então vamos embarcar em... Os 10 Capitães Mais Icônicos da Ficção.



10 – Nathaniel Adam , o Capitão Átomo (DC Comics)




09 – Roberto Nascimento (Tropa de Elite)




08 – Steve Trevors (DC Comics)




07 – Avatar/Juzo Okita (Patrulha Estelar/ Yamato)




06 – Archibald Haddock (As Aventuras de TinTin)


05 – Derek Wildstar/ Sussumu Kodai (Patrulha Estelar/ Yamato)




04 – Nemo (20.000 Léguas Submarinas)




03 – Jean Luc Picard (Star Trek Next Ganeration)




02 – James Tiberius Kirk (Star Trek)




01 – Steve Rogers, o Capitão América (Marvel)






quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Comando Para Matar


Existe um conceito chamado “suspensão da descrença”.
Este conceito básico é aquilo que nos faz entrar numa sala escura de cinema, ou imergir nas páginas de um livro ou HQ, sem ficarmos nos indagando como o protagonista da história é capaz de determinada façanha, ou crer em naves espaciais que explodem em bolas de fogo numa ambiente sem atmosfera.
Mas de tempos em tempos surgem obras que desafiam os limites deste conceito, e mesmo assim nós adoramos.


E este é o caso de ... Comando Para Matar!
Em 1985 o mundo se encontrava no auge da era dos filmes de ação que preconizavam o conceito do “exercito de um homem só”, tendo em John Rambo seu expoente máximo. E lógico que dentro dos planos de qualquer estúdio da época estava a realização de filmes do gênero.
Ok. Mas aí vamos às velhas indagações: O que difere Comando Para Matar (Commando no original) de todo o resto? Por que mesmo com um orçamento baixo, foi capaz de cativar plateias de todo mundo e se tornar um filme de fato cult?


A resposta na humilde opinião deste escriba: As pessoas certas, nas funções corretas.
Para começar temos a simplicidade do plot principal do roteiro escrito por Steven E Souza, Jeph Loeb (que na época ainda assinava como Joseph) e Matthew Weisman.
O que poderia ser mais cativante do que a história de um pai que faz de tudo para salvar a filha sequestrada?



Automaticamente a partir daí o herói está liberado para trucidar quem quiser pelo caminho, mesmo que volta e meia algum “politicamente correto” pudesse surgir querendo bradar o imperialismo estadunidense sobre os ”cucarachos” e coisas do tipo. Pois a bem da verdade é que para quem está assistindo, não importa idade, onde mora, grau de instrução, tudo que se vê é um pai que tem apenas onze horas para descobrir onde a filha estava, e salvá-la de seus algozes.
Isto bem antes das “buscas implacáveis” de Liam Neeson (risos).

O diretor Mark L Lester (dir.) nos bastidores do filme.

Depois temos seu diretor, Mark L. Lester, que pouco antes havia trabalhado numa das poucas boas adaptações de Stephen King para o cinema, “Chamas da Vingança”. E que alguns anos depois dirigiu outra ode ao absurdo, “Massacre no Bairro Japonês”.
E então somamos a isto o mais proeminente astro da época, um austríaco, que apesar de já ter naquele momento protagonizado dois grandes sucessos, Conan O Bárbaro e O Exterminador do Futuro, ainda era visto com desconfiança por boa parte da “comunidade cinematográfica”.

A vidinha tranquila de John Matrix estava prestes a mudar

Arnold Schwarzenegger era o coronel John Matrix, o líder “aposentado” de um grupo de comandos especiais, traído por um ex-membro de sua equipe, Bennet (Vernon Wells) que aliado a Arius (Dan Hedaya), antigo ditador de Val Verde (um país fictício), sequestra Jane (Alyssa Milano), a filha de Matrix, para forçá-lo a ir até Val Verde assassinar o atual presidente, mas acho que isto você que está lendo já deve saber.
Interessante é que graças a Steven E Souza, Val Verde voltaria a fazer parte do enredo de outro filme, Duro de Matar 2. Seriam John Matrix e John McClane habitantes do mesmo universo?

Pressionado, Matrix "aceita" colaborar.

Cedendo as intenções de seus antagonistas, Matrix escapa na primeira oportunidade, saltando do trem de pouso de um avião que decolava para cair no meio de um charco sem sofrer um único arranhão.




E a partir daí com a ajuda, a princípio forçada, da comissária de bordo Cindy (Rae Dawn Chong), começar a seguir as poucas pistas que encontra, enquanto vai arrebentando com tudo e todos que se põe em seu caminho, com destaque para a sequência do shopping na qual sozinho ergue uma cabine telefônica na qual dentro estava Sully (David Patrick Kelly) e joga para o ar um grupo inteiro de seguranças de uma só vez.


Aliás, Schwarzenegger e David Patrick Kelly, involuntariamente protagonizaram um dos maiores erros da história do cinema, na antológica cena em que Matrix levanta Sully pelo calcanhar na beira de um abismo, e todos podem ver o cabo de segurança amarrado no calcanhar do dublê, fora o boneco que cai no abismo. Momento tão icônico que seria um sacrilégio editar o filme para que não aparecesse (risos).


Prosseguindo então em sua busca, Matrix ainda briga com Cookie (Bill Duke), descobre onde possivelmente a filha estava, e então vai fazer umas comprinhas, numa cena que com certeza levou qualquer entusiasta por armas a uma epifania.
E se você que está lendo, acha que todos estes acontecimentos absurdos, pontilhados por rápidos diálogos de humor lembram mais uma história em quadrinhos, vou aqui te dizer que está absolutamente certo.

Jeph Loeb, o grande responsável pelo tom cartunesco do filme

Afinal, não poderia ser muito diferente,  se pensarmos que o roteiro também estava a cargo de Jeph Loeb, que mais tarde se notabilizaria no mundo dos quadrinhos com sagas como “Batman - Silêncio” e “Batman e Superman - Inimigos Públicos”.

O general Kirby - Homenagem de Loeb à Jack Kirby

Inclusive sendo ideia de Loeb que o general Franklin Kirby (James Olson) tivesse este nome, numa homenagem ao mestre das HQs, Jack Kirby.
Outro ponto que sempre gerou gossips a respeito era o visual de Bennet, que o deixou a cara do cantor do Queen, Freddie Mercury. Não sei como isto aconteceu, talvez só perguntando a Vernon Wells, mas é certo que isto não foi obra do acaso, tanto que na cena em que Matrix toma café da manhã com a filha, esta folheava uma revista com uma matéria sobre a banda britânica,  que na época estava brigada com a mídia norte americana devido a proibição da veiculação do videoclipe de “I Want Break Free" na Mtv.


Este foi outro ponto,  que também não faço ideia,  foi mudado na dublagem brasileira que faz uma alusão a Boy George do grupo Culture Club no diálogo. Talvez Garcia Junior, o dublador de Schwarzenegger, seja um fã de Queen que não gostou da brincadeira,  vai saber (risos).


E por falar em música, Comando Para Matar conta com a trilha incidental de um dos maiores mestres do gênero, o maestro James Horner, tendo ainda de bônus a canção “We Fight For Love" do grupo Power Station, projeto paralelo de alguns membros do Duran Duran.


E lógico, para fechar com chave de ouro esta verdadeira HQ em forma de filme temos a longa e sensacional sequência do tiroteio quando Matrix chega à ilha/esconderijo de Arius.




Uma sequência icônica na qual sabiamente Mark L Lester abriu mão da trilha sonora de Horner, focando apenas no som das armas disparando.




Resultado disto?



O reencontro de Arnold e Alyssa anos depois

Somente em território estadunidense, Comando Para Matar arrecadou cinco vezes mais do que custou. Se tornando o clássico que hoje tão bem conhecemos ,  e que pode sim, ser considerado o filme que verdadeiramente sedimentou o nome de Arnold Schwarzenegger como astro do primeiro time de Hollywood.


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quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Ultraman, Ultraseven e O Regresso de Ultraman

Em 1954 Eiji Tsuburaya como responsável pelos efeitos visuais,  virou a página da história dos filmes de ficção fantástica com Godzilla, criando com a dupla maquetes + roupas de borracha, um jeito diferente e mais simples de fazer filmes que até então se baseavam no complicado processo de stop motion.
Mas foi em 1966 que inventividade de Tsuburaya, já como produtor traria ao mundo aquele que é o maior expoente dos tokusatsus... Ultraman!


Contudo, a história dos Ultras começou um pouco antes em 1964.
Em Ultra Q, Eiji Tsuburaya pretendia criar um seriado, que guardando as devidas proporções, poderia ser descrito como um avô de Arquivo X, com uma equipe de personagens que investigavam fenômenos estranhos.

Eiji Tsuburaya (esq.) nos bastidores de Ultra Q

Mas a Tokyo Broadcasting System, de olho no sucesso que monstros como Gamera e o próprio Godzilla faziam, deu uma “intimada" em Tsuburaya para que adicionasse mais monstros ao seriado. O que fez Ultra Q (o Q significando Questão ou Pergunta) estrear apenas em 2 de janeiro de 1966 com o episódio, “Derrote Gomess", já de cara mostrando um grande monstro, o tal Gomess (feito a partir de uma tunagem numa fantasia de Godzilla), mas sem ainda contar com o arquétipo do ser super poderoso como protagonista.


Protagonista este que chegou voando ainda em julho daquele ano.
Perseguindo o monstro Bemular, um alienígena vindo da galáxia M78 colide com a nave do oficial Shin Hayata da SAI (Patrulha Científica aqui para nós brazucas), que não suporta os ferimentos e morre.
Tentando reparar o acontecido, o alienígena funde sua energia vital ao corpo de Hayata que volta, tornando-se uma forma de vida simbionte, bem antes do termo se popularizar, e que sempre que necessário surgia em sua forma original quando a cápsula beta era acionada.


E assim passamos a ter os clássicos embates contra os monstros do espaço, mais em especial os seijins, uma raça de alienígenas, que lógico, queria dominar a Terra.
Ainda assim, a produção de Ultraman em seu começo, até pela forma rápida como as coisas estavam sendo feitas, penou um pouco, e teve que fazer a reutilização de alguns monstros que já haviam aparecido em Ultra Q. Fora o probleminha que gerou uma das mais lembradas características do seriado, a luz de alarme no peito do herói.

A evolução da máscara de Ultraman

Tal característica que segundo o enredo indicava que o tempo de Ultraman em sua forma original estava por se esgotar, precisou ser criada em razão de que máscara da fantasia no começo do seriado era feita de uma resina que começava à derreter após alguns minutos sob o calor dos refletores.


Porém, uma vantagem que Ultraman tinha sobre os outros tokusatsus da época, como Robô Gigante e Goldar, residia justamente em sua roupa, que permitia movimentos muito mais livres. No entanto, o tom geral do seriado ainda era bastante leve, mesmo quando da morte do protagonista, momento no qual o público descobre que existiam outros como ele, pois surge Zoffy, o Ultra que o leva de volta para M78, mas que dá uma nova vida a Hayata.


Mas como as ameaças do espaço não são de dar trégua, menos de três meses depois da despedida de Hayata chegava Ultraseven.
Situando sua ação num futuro não muito distante, a Força de Defesa da Terra forma o “Esquadrão Ultra”. Uma equipe de elite, com equipamentos de alta tecnologia, composta por seis membros aos que depois se une o misterioso Dan Moroboshi (Kohjji Moritisugu).


Mas ao contrário do primeiro Ultraman e sua condição de simbionte, aqui em sua visita a Terra, o Agente 340 (como era descrito no começo), salva a vida de um alpinista chamado Jiro, mas ao invés da fusão o “agente” se torna uma cópia do então inconsciente Jiro, e assume uma outra identidade, Dan Moroboshi.


Ainda que não com a mesma carga de drama de outros tokusatsus posteriormente feitos, Ultraseven já possuía um tom bem menos pueril que o primeiro seriado.
Originalmente seu nome seria “Ultra Eye” devido aos óculos que o personagem usava para se transformar, mas a ideia foi mudada, segundo consta devido uma superstição sobre um ideograma do idioma nipônico, e que também, segundo explicação para o público fora do arquipélago, Moroboshi seria o sétimo membro do Esquadrão Ultra.


Além disto, os veículos do Esquadrão Ultra, muito diferentes de todos os outros das demais séries, reza a lenda urbana, teriam tido inspiração direta dos veículos do seriado “Thunderbolts”.


Ultraseven, porém, acabou se envolvendo numa pequena polêmica, pois em seu 12º episódio, Presente Nocivo, o monstro alienígena era retratado como uma criatura desfigurada pela radiação, tendo inclusive em seu corpo cascas de feridas bem semelhantes as das vítimas de radiação.

Cena do episódio "proibido" de Ultrseven

Algo que foi considerado ofensivo aos sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagazaki, e assim o episodio foi banido do Japão e sua produção até hoje é negada pela Tsuburaya Productions, ainda que tal episódio tenha ido ao ar em outros países.


Mas nada disso mudou o culto que Ultraseven possui no seu país de origem, onde pode ser considerado até o hoje o super herói mais popular, com participação em várias outras séries dos Ultras. E ganhando até um reboot em 2016, numa versão mais hardcore chamada Ultraseven X, mas que não é considerada como dentro da cronologia oficial dos Ultras.
Cronologia que ganharia seu terceiro “capítulo” em 2 de abril de 1971 em, O Regresso de Ultraman.


Projetado originalmente por Eiji Tsuburaya para ser a continuação das aventuras do primeiro Ultraman, acabou tendo seus rumos alterados quando do falecimento de seu realizador, que foi substituído pelo filho Hajime, que criou um novo personagem, que posteriormente viria a se chamar Ultraman Jack, estabelecendo de vez o conceito da “Irmandade Ultra”.


Mas ao contrário da simbiose com Hayata que pode ser considerada parcial, aqui a fusão de Hideki Goh (Jiro Dan) era total, formando um único e novo indivíduo. Mesmo assim, o título O Regresso de Ultraman foi mantido por razões de marketing.


O Regresso de Ultraman pode ser considerado, não apenas por isto como o grande divisor de águas da franquia, como também por ser a primeira série Ultra a explorar de fato um tom mais dramático em seus episódios, algo que alguns alegam ser já um reflexo de Spectreman da concorrente P Productions que estreara em janeiro daquele mesmo ano.


E pessoalmente, tinha o segundo tema mais triste que já escutei num seriado até hoje, só mesmo atrás de “Lonely Man”, o tema do seriado do Incrível Hulk, aquele com Bill Bixby e Lou Ferrigno.




O que não quer dizer que a ação não rolasse solta, tendo seu ponto alto no episódio “Quando Brilha A Estrela de Ultra”, quando o primeiro Ultraman e Ultraseven se unem para salvar o irmão em apuros.


Depois de O Regresso de Ultraman a franquia se estabeleceu ao redor do mundo com a mais longeva, cultuada e lucrativa da história dos tokusatsus.


Leo, Ace, Taro, Ginga, Ultra Father, Ultra Mother...
UItraman em seriado, em filmes longa metragens, em animações...
Ultraman japonês, malaio, australiano, norte-americano...



Tantos são os Ultras que se fosse escrever sobre todos de uma só vez, este artigo ficaria parecendo uma enciclopédia, sendo assim paro por aqui nestes três clássicos absolutos, para quem sabe um dia retornar ao tema, jamais deixando se apagar o brilho da estrela de Ultra.


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