Não é nada difícil,
numa rápida procura pela web, encontrar textos, editoriais e vídeos, que nos
contam curiosidades e detalhes da vida de Joseph Lewitch, nosso querido Jerry
Lewis, o Rei da Comédia.
E por mais relevante e
diferenciada que sua vida tenha sido, para este humilde escriba, sempre me
incomodou que um de seus maiores feitos, dificilmente tenha sido devidamente abordado
pelos ditos sábios e entendidos resenhistas.
Sequer citando a
decisão mais corajosa que Lewis tomou em sua carreira, batendo de frente com o status
quo reinante na Hollywood da época.
Mas para o qual não
estava sozinho, tendo ao seu lado uma das mentes mais brilhantes e fora da
caixa que se teve, um gênio pouco reconhecido chamado Frank Tashlin.
Parece um exagero?
Talvez.
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E uma destas regras
veladas dizia respeito até que ponto o chamado non sense podia ser usado
em comédias.
Parece uma besteira?
Sim, parece.
Porém, tal regra na
cabeça dos entendidos na matéria, não sei porque deveria existir. Criando uma
aberta segregação no humor, ditando que de um lado ficava o humor considerado
“infantil”, representado por situações inverossímeis das animações que eram
exibidas nas matinês, do humor dito como “adulto”.
Parece estupidez? Sim,
e era uma baita estupidez.
Até porque se formos
fazer um rápido exercício de memória, facilmente vamos lembrar que nos
primórdios do cinema, nomes como Buster Keaton, talvez o grande pioneiro neste
conceito, e até o celebre Charles Chaplin, vide a cena das engrenagens em
“Tempos Modernos” se utilizaram deste non sense inverossímil.
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O non sense de Chaplin em "Tempos Modernos" |
Contudo, depois desta
época, oque se viu foi o cinema ficando cada vez mais chato, perdendo uma de suas
maiores caraterísticas, que é a de agregar pessoas.
Mas eis que desde que a
figura de Jerry Lewis ganhou as telonas, aquele cenário fomentado por uma
suposta elite pseudoculta começa a ter pequenos sinais de mudança.
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Frank Tashlin - A principal mente por trás dos Looney Tunes |
Porém, foi quando o
caminho de Jerry se cruzou com o de Frank Tashlin, conhecido diretor das
animações da Warner na época, ou seja, dos Looney Tunes, isto mesmo,
Pernalonga, Gaguinho, Patolino e toda aquela turma que fizeram (e fazem) a
alegria de gerações.
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Tashlin parodeado em Looney Tunes |
Tornando o diretor
praticamente um mentor de Jerry, e seu grande professor na arte da direção.
Com Frank Tashlin, o nosso querido Rei da Comédia, rompeu de vez com qualquer limite que a indústria da época tentava colocar, e juntos realizaram obras absolutamente icônicas:
Bancando a Ama Seca,
Artistas e Modelos,
Ou Vai ou Racha (último filme da parceria de Lewis com Dean Martin),
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O Rei dos Mágicos (talvez não tão engraçado, mas uma pequena obra-prima que bebe da fonte direta de Chaplin),
e o
meu preferido, o impagável O Bagunceiro Arrumadinho.
Não, não quero com esta
afirmação, em hipótese alguma diminuir a importância de Lewis para a história
do cinema, contudo, é inegável que a influência de Tashlin, principalmente na
parte visual do humor de Jerry, foi fundamental para aquilo que passou a encantar
gerações, inspirar novos artista, e lógico, enfurecer críticos, incluindo de
vez a linguagem das animações no cinema live action.
E que o “Enquanto Isso
na Ponte de Comando” não poderia de forma alguma deixar passar.
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