quinta-feira, 24 de julho de 2025

Patrulha Estelar e suas vozes inesquecíveis!

 

Fazendo uma rápida pesquisa na web, não é assim tão difícil encontrar alguns artigos que citam os dubladores que nos anos 1980 na extinta Herbert Richers, fizeram história ao dublar o clássico Uchuu Senkan Yamato, ou como conhecemos aqui no Brasil, Patrulha Estelar.

Contudo, sempre reparei em algum detalhe que faltava, ou alguma informação não tão precisa, como o nome de algum personagem.

Sendo assim, o “Enquanto Isso na Ponte de Comando”, traz até vocês este artigo (mais ilustrado possível), que mostra as principais vozes, que fizeram (e ainda fazem) parte de nosso imaginário.

Venho com este artigo encerrar uma jornada que se iniciou em setembro de 2017. E que com a ajuda e incentivo de meu grande amigo Bernardo se tornou depois em 2019, canal no Youtube.


Quero agradecer demais a cada um de vocês, que ao menos uma vez, leram um dos artigos deste blog, ou assistiram a um de nossos vídeos no canal do Youtube.

Enquanto Isso na Ponte de Comando no Youtube



 

Muito obrigado mesmo!

 

José Carlos Sandor.

domingo, 29 de junho de 2025

Como Jerry Lewis e Frank Tashlin mudaram a história do cinema

 

Não é nada difícil, numa rápida procura pela web, encontrar textos, editoriais e vídeos, que nos contam curiosidades e detalhes da vida de Joseph Lewitch, nosso querido Jerry Lewis, o Rei da Comédia.

E por mais relevante e diferenciada que sua vida tenha sido, para este humilde escriba, sempre me incomodou que um de seus maiores feitos, dificilmente tenha sido devidamente abordado pelos ditos sábios e entendidos resenhistas.

Sequer citando a decisão mais corajosa que Lewis tomou em sua carreira, batendo de frente com o status quo reinante na Hollywood da época.

Mas para o qual não estava sozinho, tendo ao seu lado uma das mentes mais brilhantes e fora da caixa que se teve, um gênio pouco reconhecido chamado Frank Tashlin.

Parece um exagero? Talvez.

         Mas para entender isto precisamos entender as “regras” que ditavam o que a indústria cinematográfica estadunidense dizia ser o correto e, lógico, rentável.

E uma destas regras veladas dizia respeito até que ponto o chamado non sense podia ser usado em comédias.

Parece uma besteira? Sim, parece.

Porém, tal regra na cabeça dos entendidos na matéria, não sei porque deveria existir. Criando uma aberta segregação no humor, ditando que de um lado ficava o humor considerado “infantil”, representado por situações inverossímeis das animações que eram exibidas nas matinês, do humor dito como “adulto”.

Parece estupidez? Sim, e era uma baita estupidez.

Até porque se formos fazer um rápido exercício de memória, facilmente vamos lembrar que nos primórdios do cinema, nomes como Buster Keaton, talvez o grande pioneiro neste conceito, e até o celebre Charles Chaplin, vide a cena das engrenagens em “Tempos Modernos” se utilizaram deste non sense inverossímil.

O non sense de Chaplin em "Tempos Modernos"

Contudo, depois desta época, oque se viu foi o cinema ficando cada vez mais chato, perdendo uma de suas maiores caraterísticas, que é a de agregar pessoas.

Mas eis que desde que a figura de Jerry Lewis ganhou as telonas, aquele cenário fomentado por uma suposta elite pseudoculta começa a ter pequenos sinais de mudança.

Frank Tashlin - A principal mente por trás dos Looney Tunes

Porém, foi quando o caminho de Jerry se cruzou com o de Frank Tashlin, conhecido diretor das animações da Warner na época, ou seja, dos Looney Tunes, isto mesmo, Pernalonga, Gaguinho, Patolino e toda aquela turma que fizeram (e fazem) a alegria de gerações, as coisas de fato começaram a mudar.

Tashlin parodeado em Looney Tunes

Tornando o diretor praticamente um mentor de Jerry, e seu grande professor na arte da direção.

Com Frank Tashlin, o nosso querido Rei da Comédia, rompeu de vez com qualquer limite que a indústria da época tentava colocar, e juntos realizaram obras absolutamente icônicas: 

Bancando a Ama Seca,

 

Artistas e Modelos,

 

Ou Vai ou Racha (último filme da parceria de Lewis com Dean Martin),

O Rei dos Mágicos (talvez não tão engraçado, mas uma pequena obra-prima que bebe da fonte direta de Chaplin),

e o meu preferido, o impagável O Bagunceiro Arrumadinho.

Não, não quero com esta afirmação, em hipótese alguma diminuir a importância de Lewis para a história do cinema, contudo, é inegável que a influência de Tashlin, principalmente na parte visual do humor de Jerry, foi fundamental para aquilo que passou a encantar gerações, inspirar novos artista, e lógico, enfurecer críticos, incluindo de vez a linguagem das animações no cinema live action.

E que o “Enquanto Isso na Ponte de Comando” não poderia de forma alguma deixar passar.

 

 

 

 

 

terça-feira, 27 de maio de 2025

Simbad e o Olho do Tigre

 

Tem uns anos na história que o cinema resolve dizer: Jamais serei esquecido!

E com certeza 1977 foi um destes!

Contatos Imediatos do Terceiro Grau, Guerra nas Estrelas e o até já resenhado aqui Agarre-Me Se Puderes ajudaram a cunhar a fama de 1977 como um ano especial.

Contudo, em meio a este bombardeio hollywoodiano, houve um filme que seja pelos envolvidos nele, seja por suas repetidas exibições matutinas nas tevês fez aquele caminho que outras obras já resenhadas neste blog fizeram... Simbad e o Olho do Tigre!

Lançado em 1º de janeiro de 1977, esta nova (na época) aventura do clássico personagem dos contos das “Mil e uma Noites”, nos transporta para uma trama de traição e busca pelo poder, na qual o Príncipe Kassin (Damien Thomas) pouco antes de ser coroado califa, sofre um ataque da feiticeira Zenobia (Margaret Whiting, que chegou a ganhar o prêmio Saturno por sua performance) que era também sua madrasta, que o transforma num babuíno, ainda com muitos traços de humanidade, mas que progressivamente estavam se perdendo.

Isto com a intenção de que seu filho se tornasse o novo califa.

Eita Shrek! (risos).

Contudo, o que Zenobia não esperava era a chegada do capitão Simbad (Patrick Wayne, filho da lenda John Wayne), amigo de longa data de Kassin, e enamorado de Farah (Jayne Seymour) irmã do monarca.

E a única chance de trazer Kassin à sua forma humana, era uma jornada aos confins do mundo conhecido, onde se dizia haver uma fonte mística que reverteria o feitiço.

O interessante aqui, é que antes de ter seu título definitivo, o filme começou a ser filmado como “Simbad no Fim do Mundo”. Sim, isto mesmo. Portanto, não é nada errado de se pensar que além de Shrek, a franquia “Piratas do Caribe”, esta muito mais descaradamente, tenha dado uma “chupinhada” na produção dirigida pelo diretor e ator Sam Wanamaker.

O diretor Sam Wanamaker

Wanamaker que costuma ser lembrado por ser o vilão de “Jogo Bruto”, um dos mais fracos filmes de Arnold Schwarzenegger.

Nesta jornada em busca da lendária fonte, Simbad e sua tripulação procuram antes por um antigo sábio, conhecedor das antigas artes místicas, chamado Melanthius (Patrick Throughton), que na dublagem em português/br se chamou “Melancius”, que embarca naquela corrida contra o tempo, levando consigo sua filha Dione (Taryn Power, filha de outra lenda do cinema, Tyrone Power), a única capaz de  aplacar o instinto animal que começava a tomar conta de Kassin, numa analogia clara da bela que encanta e acalma a fera.

Porém, além da astúcia da Zenobia, nosso aventureiros acabam se deparando com as mais variadas criaturas fantásticas.

O mestre Ray Harryhausen

Um oferecimento do grande mestre dos efeitos visuais e do stop motion, Ray Harryhausen, que também assina o roteiro junto com Beverley Cross.

E nesta lista de incríveis criações de Harryhausen temos:

A Morsa Gigante que ataca a tripulação de Simbad. Dizem que a ideia original era fazer Simbad lutar contra um Yeti, o famoso Abominável Homem das Neves. Mas ideia acabou sendo descartada em prol da morsa gigante, que convenhamos tornou a cena mais plural, não centralizando tudo na figura do protagonista.

O Tigre de Dente de Sabre, o “guardião” da fonte na qual Kassin teria de entrar, e óbvio, a justificativa para o título do filme.

O Troglodita, um tipo de homem das cavernas que se encanta com as fêmeas humanas, e passa a ajudar a trupe de Simbad. Inclusive combatendo o tigre de dente de sabre. Além de fazer amizade com o Kassin devido sua forma de babuíno, que permite, ainda que de forma inexplicável se comunicarem.

Aliás, vou abrir um parêntese, pois não posso deixar de citar a cena que antecede ao aparecimento do hominídeo gigantesco, quando Farah e Dione vão se banhar num riacho.

E por que? Simplesmente, pois é absolutamente inacreditável como uma das cenas de maior sensualidade da história do cinema esteja justamente num filme de censura livre.

Sensualidade natural, sem nenhum tipo de apelação. Ainda que parte de sua realização por imposição de Jane Seymour tenha sido feita apenas com ela desnuda de costas e a câmera rodando, com o restante da equipe bem afastada.

E por falar em se afastar...

Voltando aqui para as criaturas de Harryhausen, a base de corpo do troglodita, anos depois, serviu para outra criação do artista, Calibus de “Furia de Titãs”.

Além disto temos Minoton, um Minotauro mecânico, movido à um toque de magia (ou seria alquimia?). O interessante aqui, é que em apenas nas cenas de plano mais aberto, Harryhausen usou do stop motion para “dar vida” à criatura.

Pois nas demais cenas havia um ator de verdade vestindo a pesadíssima “armadura” do Minaton, e este ator era simplesmente Peter Mayhew, o eterno Chewbacca de “Guerra nas Estrelas”.

Que foi uma descoberta do produtor Charles H. Schneer, que viu uma foto sua enquanto trabalhava num hospital britânico. Ou seja, se não fosse “Simbad e o Olho do Tigre”, os Wookies provavelmente não seriam tão altos (risos).

E lógico que não posso deixar de citar o babuíno, que durante a pré-produção chegaram a cogitar usar um macaco de verdade, mas cuja ideia foi descartada, até pela segurança da própria equipe de filmagens.

Filmagens que até ocorreram de maneira ágil, mas que depois levaram um ano em sua pós-produção para serem concluídas devido ao meticuloso trabalho de Ray Harryhausen para dar vida a suas criações.

Com um orçamento de cerca de 3,5 milhões de dólares, o filme arrecadou algo em torno de 20 milhões.

Porém, creio que mais relevante que a frieza de números, é que Simbad e o Olho do Tigre, passou muito bem na prova do tempo. Sem efeitos digitais computadorizados, sem mega esquemas de mídia, mas com produzindo aquele encanto que atravessa gerações, e do qual o verdadeiro cinema jamais deveria se desviar.



 

 

 

terça-feira, 29 de abril de 2025

Filmes de HQ para quem não suporta mais filmes de HQ

 

Desde que o cinema entrou na chamada “Era dos Heróis”, que o carro chefe dos grandes estúdios, em especial Disney (dona da Marvel) e Warner (dona da DC), tem sido a busca das bilheterias através de seu portfólio de super-heróis.

O que obviamente gerou um “overbooking”, digamos assim, de produções que na maioria dos casos passa muito longe de clássicos como a trilogia do Homem Aranha de Sam Raimi, ou do Batman de Christopher Nolan.

Contudo, o mundo dos quadrinhos sempre foi uma fonte fértil ideias para o cinema, e não necessariamente com personagens em roupas coloridas e poderes inverossímeis.

Portanto, convido você que está lendo a embarcar numa rápida viagem por produções que talvez até já saiba que vieram de HQ’s, mas que nem lembrava, e talvez até por alguma que nunca imaginou que pudesse ter saído do mundo dos quadrinhos.

 

A Liga Extraordinária:

Mesmo que seu autor, Alan Moore, tenha torcido o nariz (coisa que aliás faz muito), para esta adaptação da talvez melhor obra de sua carreira, a versão cinematográfica de sua “Liga da Justiça” com personagens clássicos da literatura é um bom filme, que infelizmente sofreu, não apenas pela rabugice de Moore que parece não entender que o cinema é uma outra mídia, como pela parcialidade conveniente de uma parcela de público.


Num filme com pouquíssimos “erros” (sim, coloquei aspas aí) de adaptação, e que apenas pecou talvez por não manter a soturnidade da obra de Moore, ainda que possamos entender perfeitamente já que a intenção era atrair mais público.


RED - Aposentados e Perigosos:

Devido as desventuras e falta coordenação em sua tentativa de um universo de super-heróis a DC Comics foi nos últimos anos motivo das mais diferentes piadas.


Mas em 2010, sem que muita gente notasse para o selo da editora nos créditos, um mega elenco se reuniu para dar vida a uma pérola do exagero que muito bem poderia ter sido dirigida por Mark L. Lester (Comando Para Matar).



Sin City - A Cidade do Pecado:

Frank Miller é um dos maiores picaretas dos quadrinhos de todos os tempos, com obras pensadas milimetricamente para agradar parcelas de público que ele detesta, ou pelo menos diz detestar.



Mas não quer dizer que Mr.Miller apenas apele. E apesar de sua relação com o cinema em geral ter nos dado verdadeiras bombas como Robocop 2, não é que aqui tanto a HQ quanto sua super estilizada versão cinematográfica conseguiram funcionar?


Muito talvez mais pela mão do diretor Robert Rodriguez que pela presença de seu autor que também é creditado na direção.


Crying Freeman:

Antes que alguém venha dizer bobagem, eu quero reiterar que o título deste artigo é sobre “quadrinhos”, independentemente de sua procedência, nomenclatura específica ou pretensa singularidade que a famigerada fanbase queira dar.

Explicado isto, quero dizer que esta até hoje, na modesta opinião deste humilde escriba, a criação de Kazuo Koike, a melhor adaptação de um mangá e/ou anime já feita.


O filme que aqui no Brasil ganhou o título de “As Lágrimas do Guerreiro” mudou a vida de seu protagonista, como explicado no artigo “As Mil Faces de Mark Dacascos - O Rei das Locadoras”. Que apenas causa certa estranheza em seu final devido a sensação que deveria ter continuação.


Rainhas do Crime:

Três mulheres, esposas de mafiosos da máfia irlandesa em Nova York, após seus cônjuges serem impedidos de tocar para frente seus negócios, decidem elas mesmas tomarem a frente de tudo, cada uma por diferentes razões.

Confesso que fiquei pasmo, ao descobrir que este filme, que já tinha assistido, veio de uma HQ.

Porém, foi ótimo para entender o porque de seu final ser como foi, e ao contrário de outros resenhistas não o massacrar injustamente em razão disto. Algo bem parecido com aquela sensação gerada pelo final de “Crying Freeman”, só que mais desconcertante.

Em tempo, o título original  faz uma brincadeira com a condição em que as três protagonistas se encontravam no começo da trama, e o lugar onde tudo se passa, o bairro de Hell’s Kitchen.

Sim, isto mesmo, Hell’s Kitchen.

Mas não esperem que Matt Murdock vá aparecer aí (risos).


Asterix e Obelix Contra César:

Uma das melhores experiências que tive no mundo dos quadrinhos até hoje, veio da criação de René Gosciny e Albert Urdezo.

A saga Asterix e Obelix, amigos inseparáveis, moradores da aldeia da Gália, que com uma poção mágica que lhes conferia força sobre-humana, eram a “pedra no sapato” do poderoso e expansionista Império Romano.

Personagens inesquecíveis como o cãozinho Ideafix e o druida Panoramix, para os quais achava impossível uma representação em live action que fosse de meu agrado.

Mas que bom que podemos errar, não é?

E de todos os filmes live action, se fosse para recomendar algum, Asterix e Obelix Contra César é aquele que melhor soube capturar o clima divertido, mas por vezes também irônico e até mesmo crítico.

Com destaque para o italiano Roberto Benini (A Vida É Bela) absolutamente impagável da pele de um militar romano.

Poderia sim, citar muitos outros filmes que vieram dos quadrinhos aqui, sem dúvida, mas creio que estes dão uma ótima noção do porquê do título deste artigo, e que não devemos nos deixar levar por meros rótulos e formulas de pretenso sucesso.

 

Patrulha Estelar e suas vozes inesquecíveis!

  Fazendo uma rápida pesquisa na web, não é assim tão difícil encontrar alguns artigos que citam os dubladores que nos anos 1980 na extinta ...