Produzido pelo Canon Group de Menahem Golan e Yoram Globus, famosos por suas produções B de baixo orçamento, pouca estória e muita ação, este filme é surpreendente por diversos motivos.
Oque a princípio parecia uma simples estória sobre um avião sequestrado por terroristas islâmicos, se mostrou uma trama absurdamente bem construída, baseada não apenas em sequências de ação espetaculares, mas em diálogos primorosos a cargo de um elenco de coadjuvantes sensacional, que possuía veteranos como Martin Balsam, Shelley Winters e Lee Marvin (aqui na última atuação de sua carreira, num papel que a princípio seria de Charles Bronson) ,além outros nomes de peso como a alemã Hannah Schigula, atriz de filmes considerados cults, de arte (fato que hoje talvez hoje possa não parecer grande coisa, mas para quem é da época, se lembra bem do abismo que existia entre estes filmes e o chamado "cinemão").
Que mesclados a astros dos filmes da Canon como Steve James (American Ninja) , atores que viriam a se tornar cults como Robert Forster (Jackie Brown), outros que já eram conhecidos do cinema de truculência como Bo Svenson (Kill Bill, Bastardos Inglórios), compunham um dos mais heterogêneos elencos que já vi.
Um filme que teve a coragem na época de mostrar a dualidade na personalidade dos terroristas, que apesar dos atos de violência cometidos, os intercalam com gestos de respeito a algumas condições de seus reféns, e em momento algum são retratados como vilões cartunescos.
Fora isto, ainda temos o sensacional tema do maestro Alan Silvestri (De Volta Para o Futuro, Predador) que pontua vários momentos do filme, criando a ambientação perfeita para suas cenas de ação.
Sem falar na sequência inicial, que é a reprodução de um fato real, a tentativa de resgate de reféns norte-americanos no Irã, que foi abortada após um acidente no qual um helicóptero Sea Stallion caiu sobre um avião Hércules C130.
The Delta Force - Opening
Ahhh sim! Claro. E tinha o Chuck Norris (risos) no papel do major McCoy fazendo aquilo que melhor saber fazer, mas em alguns momentos demonstrando algo a mais do que seu usual, que ainda que não se consiga identificar com exatidão engrossa o caldo que faz de Comando Delta um filme diferenciado.
Um projeto tão importante para a Canon na época que foi dirigido pelo próprio Menahem Golan.
Por tudo isso e talvez mais alguma coisa este seja sem dúvida um filme diferente, pois é clichê do mais alto nível quando tem de ser, mas com um ótimo de desenvolvimento no tratamento das relações interpessoais de seus personagens, algo raro para época, e mais raro em se tratando da Canon Group.
Claro, que após o sucesso as inevitáveis sequências acabaram vindo, uma mais fraca que a outra, mas nada que pudesse apagar o brilho deste filme diferenciado, bastante realista para época em que foi feito, e que sem dúvida passou com louvor na prova do tempo.
Minha mãe era tão viciada no filme que, em 2013, foi à Israel e comprou um anel com a gravura dos cânticos de Salomão: Eu sou do meu amor e o meu amor é meu.
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