“Em 2086, dois
pacíficos alienígenas vieram a Terra pedindo nossa ajuda.
Em troca, deram-nos o projeto para o nosso primeiro Hyper Propulsor, permitindo que a humanidade abrisse as portas para os astros. Foi convocada uma equipe de raros indivíduos para proteger
a Terra e os nossos aliados. Corajosos pioneiros,
comprometidos com os mais altos ideais de justiça e dedicados
a preservação da Lei e da Ordem, através da nova fronteira.
Estas são as aventuras dos Cavaleiros da Galáxia!”
Em troca, deram-nos o projeto para o nosso primeiro Hyper Propulsor, permitindo que a humanidade abrisse as portas para os astros. Foi convocada uma equipe de raros indivíduos para proteger
a Terra e os nossos aliados. Corajosos pioneiros,
comprometidos com os mais altos ideais de justiça e dedicados
a preservação da Lei e da Ordem, através da nova fronteira.
Estas são as aventuras dos Cavaleiros da Galáxia!”
Se
você que está lendo reconheceu o texto acima, então sabe exatamente oque vem
pela frente. Vamos falar de Galaxy Rangers!
Em
14 de setembro de 1986, estreava na tevê norte-americana As Aventuras dos Galaxy
Rangers. Série de animação criada por Robert Mandell e produzida em associação
com a Gaylord Entertainment Company.
Uma
grande miscelânea de vários elementos que iam das tradicionais histórias de
exploração espacial, abdução e space
opera, passando pela escancarada inspiração em westerns, e se aventurando até na abordagem de temas como
paranormalidade.
Na
história, como a própria narração conta, no ano de 2086, dois alienígenas,
Waldo e Zozo, vindos dos planetas Andor e Kirwin, fazem contato com os humanos,
pedindo nossa ajuda a fim de combater o expansionismo impiedoso do chamado
Império da Coroa, liderado pela autoproclamada Rainha da Coroa.
Zozo e Waldo - A chegada dos alienígenas muda os rumos da huminadade |
Que
para manter sua energia vital e psíquica, que a fazia possuir contato
telepático com cada um de seus soldados, os tornando uma extensão dela,
aprisionava seres de outras raças dentro das chamadas psicocriptas de onde
sugava suas energias, controlando o processo através dos psicocristais, com
isto quase extinguindo os Gherkhins, uma raça que tinha muito da energia que a
vilã precisava.
A Rainha da Coroa |
Para
combater tal ameaça é criado então o B.E.T.A (Bureau for Extra-Terrestrial
Affairs / Bureau para Assuntos Extraterrestes), que dentro dele tinha os
chamados Galaxy Rangers, sua polícia ou braço armado. Porém, dentro dos
próprios Rangers é criada uma unidade especial, com indivíduos que teriam suas
características únicas maximizadas através de implantes existentes em seus
distintivos.
Zachary Fox, Niko, Doc e Gooseman - Cada um com uma habilidade especial |
Comandados
por Joseph Walsh, esta pequena equipe tinha como líder de campo o capitão
Zachary Fox, cuja esposa Elisa havia sido capturada pela Rainha da Coroa e que
tinha no braço biônico uma poderosa arma de raios; Walther “Doc” Hartford, um
gênio da computação cujos programas especiais literalmente se comunicavam
diretamente com ele; Niko, uma paranormal com uma vasta gama de aplicações aos
seus poderes; e Shane Gooseman, um metamorfo que ganhou tal característica após
ter sido feito de cobaia dentro de um programa militar secreto, o “Super
Soldado”.
Joseph Walsh - O comandante do B.E.T.A |
Aqui
se faz necessário abrir um parêntese, pois muito se especula que a
personalidade e o arco que envolve o passado de Gooseman, ou Goose para os
amigos, teriam sido inspirados no personagem Wolverine, já que volte e meia
este resolvia sair sozinho em missão ou desobedecer as ordens, quando para isto
trocava de roupa, substituindo o uniforme branco e azul por uma roupa toda preta,
além de ter um arquirrival proveniente deste passado, o mercenário Ryker Killbane.
Goose em seu traje negro |
Mas
isto, lógico, se for verdade, é apenas mais uma prova de como Mandell conseguiu
costurar uma incrível colcha de retalhos com imensa coesão, tanto que já havia
mencionado no texto que fiz sobre Patrulha Estelar, de onde veio a ideia para
os cavalos-robôs, e que aqui eram verdadeiros parceiros dos protagonistas, pois
assim como seus “donos”, Triton, Brutus, Mel e Voyager possuíam cada um
temperamento próprio.
Isto
sem contar toda uma galeria de outros personagens que entraram para o
inconsciente coletivo como o pirata Capitão Kid; o assustador vilão Espantalho
(inspiração em Batman?); o androide Buzzwang; e o almirante Owen Negata, ou ao
menos oque tinha sobrado dele, pois este se limitava apenas ao cérebro, que
preservado vivia dentro de uma plataforma suspensa numa incrível extrapolação
dos limites da tecnologia.
Capitão Kid, o Espantalho, Buzzwang e o almirante Owen Negata |
E
por falar em tecnologia não há como não citar, que a animação foi uma das
primeiras (na minha memória a primeira), que inseriu computação gráfica em meio
aos elementos manualmente desenhados, na forma dos “avatares” que representavam
os programas que comandavam as naves dos Rangers.
Tudo
isto embrulhado numa ótima trilha sonora, que infelizmente a maioria daqueles
que assistiam a animação nos anos 80 nem fazia ideia existir, pois além de “No
Guts No Glory” o excelente tema de abertura e de “Rangers Are Forever” a música
de encerramento cantada por Steve Overland vocalista da banda de AOR/Hard Rock
FM, outras canções como “Somewhere A Heart” e “Psycho Crystal” compõe um
cenário musical que até hoje poucas vezes foi feito para uma animação produzida
para a tevê.
Isto
antes mesmo deste tipo de característica se tornar algo popular no Japão, país
que produziu a maior parte de suas células de animação através da Tokyo Movie
Shinsha (TMS Entertainment).
E
devidamente recheado com ótimos roteiros que não apenas focavam na ação, mas
também nos problemas e angústias de seus protagonistas, passando muito longe de
99% do que se via na época.
Tudo
feito de acordo com o desejo de seu idealizador, que em entrevistas anos depois
sempre declarou que sua intenção, como de todos os profissionais envolvidos,
era antes de tudo entregar um bom show, e não simplesmente criar um
entretenimento esquecível feito para vender brinquedos.
É
lógico que há de se imaginar que tal qualidade fosse gerar representações em
outras mídias, certo?
Mas
seguindo aquilo que já citei algumas vezes, e parece ser o caminho comum de
todas as obras deste tipo, que procuram entregar algo mais, Galaxy Rangers
apenas se limitou a ganhar uma revista em quadrinhos de vida curta, que foi
publicada pela Marvel do Reino Unido, e distribuída apenas por lá.
Sendo
que segundo o próprio Robert Mandell, em entrevista para uma fanpage anos
atrás, nunca houve negociações formais para que a animação ganhasse uma versão live action para os cinemas, com apenas
um contato informal que foi feito ainda na época que animação se encontrava no
auge de sua popularidade, mas cujo autor se negou a revelar de qual estúdio
teria partido.
Colocando
assim As Aventuras dos Galaxy Rangers no seleto hall daquelas obras raras, que
infelizmente acabou sendo descontinuada ao fim de apenas 65 episódios, mas que
sempre irá ocupar um lugar de destaque no coração daqueles que querem mais,
tanto os que o assistiram lá nos distantes anos 80, como aqueles que a
descobrem nos dias de hoje.
♫ Somewhere in the future
Far away from here
Trouble is waiting
On the last frontier
Into these worlds of unknown danger they ride
They're the galaxy rangers
Heroes in the sky
No guts no glory
No pain no gain
One for all, all for one
Riders on the range
No guts no glory
We're taking a stand
👍❤
ResponderExcluirMelhor desenho de todos os tempos!!!!
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