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quarta-feira, 19 de junho de 2019

As 10 Melhores Cenas de Filmes de Super-Herói.... até agora.


Sei que esta é uma lista que vai gerar bate-boca, mas de imediato saliento que os critérios usados foram de encanto/surpresa, e em alguns casos por serem pontos “fora da curva” dentro gênero e por fim a boa e velha empolgação. Lembrando quem aqui não são os filmes que estão sendo avaliados como um todo e sim as cenas... sendo assim...
10 Melhores Cenas de Filmes de Super-Heróis... até agora.

10 - Destruição de Metropolis (Batman VS Superman) -  Não importa quantos erros Zack Snyder possa ter cometido, justiça seja feita esta sequencia de abertura além empolgar, é feita em perfeita sincronia com a sequencia da batalha de Homem de Aço.




09 - Mercúrio salva a Mansão Xavier toda (XMen Apocalypse)  - XMen Apocalypse é um daqueles exemplos de maluquice cinematográfica sem pé nem cabeça. Mas este Mercúrio, ao contrário da versão triste do MCU, é um dos personagens mais legais que já foram vistos num filme do gênero, e esta cena ao som do clássico “Sweet Dreams” do Eurithymics é a cena que literalmente salva o espectador dos braços de Morpheu.




08 - Reforços (Batman Begins) - Admito que mesmo já estando encantado com o primeiro capítulo da trilogia de Christopher Nolan, devido todo o processo de construção do personagem e da espetacular atuação de Christian Bale, ainda considerava o filme um pouco pragmático demais, mas isto é até Batman chamar seus “reforços”.




07 - Logan e Charles Xavier conversando (Logan) - Poucos são os filmes, não importando o gênero, que conseguiram debater tão perfeitamente os laços que unem seus personagens como Logan, e esta cena, mesmo não sendo uma cena de ação, é emblemática, um ponto fora da curva, com destaque absoluto para a interpretação irretocável de Patrick Stweart.




06 - A Batalha Final e a Ascensão do Rei (Aquaman) - Pensa numa cena grandiosa.... sem mais.




05 - Batman se torna o símbolo que almejava (Batman O Cavaleiro das Trevas Ressurge) - Ainda que se possa ter ressalvas sobre o roteiro deste capítulo final da trilogia, estes minutos finais são de dar um nó na garganta, e perfazem um círculo perfeito com o que foi planejado em lá em Batman Begins.




04 - O Interrogatório (Batman O Cavaleiro das Trevas) - Da mesma forma que a já citada cena de Logan, a icônica cena do interrogatório é um verdadeiro ponto fora da curva de um gênero que se tonou com o passar do tempo e excesso de produções, um tanto pueril demais para plateias mais exigentes, por isto esta cena é até hoje tão simbólica.




03 - Homem Aranha para o trem (Homem Aranha 2) - Além de ser a melhor cena de ação do melhor filme da trilogia dirigida por Sam Raimi, esta cena se torna memorável justamente ao fim de seu ciclo de ação, quando um desacordado e sem a máscara Peter Parker, após o extremo esforço feito para salvar os passageiros do trem é carregado para dentro do vagão, e ao recobrar a consciência, percebendo que sua identidade estava exposta, ter a maior recompensa que poderia imaginar por parte de quem salvou.




02 - Terra de Ninguém (Mulher Maravilha) - Mulher Maravilha como poucas obras do gênero mostrou com perfeição os percalços que constroem a figura do herói. E esta cena é mais que emblemática, pois o roteiro, a direção e a atuação de Gal Gadot fazem a indignação da personagem diante da inércia dos que estão a sua volta se tornar a indignação de quem assiste. E ao chegar ao topo da escada para encarar as tropas alemãs fazer todos terem vontade de gritar: Vai Diana!




01 – Superman salva Lois (Superman O Filme) - Sabe aquilo que foi citado sobre Diana? Pois é... O sentimento é o mesmo, só que com a adição do encanto que provocou na época, somado a toda dificuldade  de se realizar tal cena sem a ajuda de computação gráfica e com o melhor interprete que um personagem de HQ já teve até hoje, tonando-a mais icônica e emblemática cena de filmes do gênero até hoje.







terça-feira, 11 de junho de 2019

Rambo e o caminho do guerreiro


Em 1982, já mundialmente conhecido pelos filmes da franquia “Rocky”, Sylvester Stallone veio a encarnar pela primeira vez um personagem que tornou-se um ícone da cultura pop, estabelecendo novas regras para os filmes de ação e aventura, e que agora em 2019 chega ao seu quinto filme, eternizando no subconsciente coletivo o nome... John Rambo!


Baseado no livro de David Morrel lançado dez anos antes, Rambo- Programado para Matar (First Blood no original e nome do livro) estreou em 22 de outubro de 2019 trazendo para as telas o drama (sim, o drama) de John Rambo.
Um Boina-Verde, veterano da Guerra do Vietnã, que ao dar baixa do exercito, decide visitar o último remanescente de seu grupo, além dele, mas ao chegar onde seu amigo moraria, descobre que este tinha morrido de câncer, adquirido em decorrência do desfolhante “agente laranja”.


Vagando então, meio que sem destino, após receber a notícia, é abordado pelo xerife Will Teasle (Brian Denehy), que o considerou um vagabundo e lhe prende sem nenhuma acusação formal.
O pior erro que Teasle poderia ter cometido, pois além de sua condição de soldado de elite, Rambo era uma pessoa extremamente atormentada por tudo que passou durante a guerra, mas principalmente pelo período em que foi prisioneiro e brutalmente torturado.
E quando na delegacia se iniciam os abusos cometidos por alguns dos policiais, Rambo explode numa reação de fúria e medo (sim, medo) de quem não mais toleraria passar por aquele tipo de situação sem reagir.


Claro que por ser uma adaptação de um livro já era de se esperar que muita coisa fosse mudada, e em Rambo - Programado Para Matar não é diferente.
Algumas destas adaptações feitas por necessidade afinal em 1982 não dava para prever a reação das plateias se vissem Rambo fugindo da delegacia como veio ao mundo, ou seja, peladão.
Em outras oportunidades foram condensações de diferentes situações, como quando Rambo encontra um garoto na floresta.

Teasle prende Rambo - Péssima ideia.

Porém, a mudança que alterou o contexto original foi o não aprofundamento pela passagem de Rambo pelo campo de prisioneiros durante a guerra. Algo que no livro é descrito em minúcias, mas que no filme surge em apenas rápidos flashes de memória.
Diminuindo bastante a questão do drama do personagem que citei no começo deste texto, que teve muito que se escorar na expressão de derrotado de Stallone (algo que poucos atores fazem tão bem).
Isto chega a estragar o filme? Não, claro que não.
Mas não há dúvida que embasaria bem melhor tudo aquilo que o protagonista faz, se esta parte de sua vida fosse melhor mostrada.
O que temos então a partir daí, todos nós conhecemos muito bem.

Teasle percebe a besteira que tinha feito.

A perseguição de Teasle e seus subordinados ao veterano de guerra se torna uma incursão desastrada a um pesadelo, que envolve até a Guarda Nacional na perseguição, e lógico, trás o caso para os holofotes da mídia.
Chamando a atenção das autoridades militares que enviam o coronel Samuel Trautman (Richard Creena), o antigo comandante de John,  à cidade, na tentativa de evitar um desastre maior que já havia ocorrido.
E aí temos então a sequência final que instituiria novos padrões para os filmes de ação, quando Rambo retorna para a cidade ao som do ótimo tema de Jerry Goldsmith, e de metralhadora M60 em punho parte para dar o devido troco aos seus algozes.
Chegando aí ao final. O final que tudo mudou,  e que foi todo mudado.
No livro de David Morrell, Rambo morre, meio que se suicidando pelas mãos de Sam Trautman.
E sim! Esta cena chegou a ser filmada.


Contudo,  em uma exibição teste,  a reação da plateia teria sido tão negativa aquele final, que mais que rapidamente Stallone reescreveu o roteiro e a cena foi refeita. Não apenas aí para satisfazer o público, mas também abrindo a possibilidade de uma nova franquia.
E em 22 de maio de 1985, o Boina Verde estava de volta, era Rambo 2 A Missão.


Aqui o conceito que nasceu no primeiro filme do “exército de um homem só “ já tinha crescido e se desenvolvido, com vários similares sendo realizados,  em geral em produções bem menos esmeradas. E com o conceito de drama que havia no primeiro filme praticamente desaparecendo.


Em um roteiro co-escrito pelo diretor James Cameron, inserindo na mitologia do personagem o elemento do arco e flecha, fazendo o aparentemente assexuado personagem ter um lampejo de romance com a agente local Co Bao (Julia Nickson Soul), mas que sobretudo priorizou as cenas de ação espetaculares.

Rambo e Co Bao - Tentativa de romance.

Com destaque, lógico,  para a perseguição ao helicóptero em que Rambo fugia, por outro helicóptero pilotado pelo coronel Podovsky (Steven Berkoff), num excelente trabalho de “maquiagem” que transformou um helicóptero francês Puma num interessante simulacro do russo MI24, numa sequência que claramente vinha na esteira do que foi criado dois anos antes em “Trovão Azul”, como já citei aqui no blog.


Aqui vale lembrar que a partir deste filme duas coisas aconteceram.
A primeira foi a popularização do personagem entre o público infanto-juvenil, gerando até uma série de animação.

Rambo se torna desenho animado

O segundo foi o começo do bombardeio de críticas,  na maioria das vezes descabidas, que misturavam conceitos políticos, que não sei por que motivos tentavam diminuir o personagem, quando na verdade o principal escopo de toda a saga é sobre um sujeito que se sente traído, solitário e desesperançoso, que como o próprio se refere em um trecho de Rambo 2, era “dispensável”, e que justamente por isto sempre foi facilmente assimilável por plateias do mundo todo.
Ok. Lógico que o tal viés político existia, mas não é oque norteia a saga. Porém em 1988 e a chegada do terceiro filme da franquia,  este viés acabou se tornando uma armadilha implacável.


Em 1988, o mundo começava a virar a página de sua história durante o governo de Mikhail Gorbachev na antiga União Soviética, e já começavam a surgir filmes em que soviéticos e norte-americanos acabavam se tornando aliados, vide “Águia de Aço 2”, que é do mesmo ano.
Ainda assim,  Sylvester Stallone resolveu investir em um roteiro em que o coronel Trautman é capturado pelas forças de ocupação soviéticas, durante uma operação clandestina de entrega de armas aos rebeldes afegãos.
Até aí nada demais, afinal James Bond fez soviéticos de gato e sapato por décadas e ninguém reclamou, e sendo assim o filme teve aprovação do estúdio e foi realizado.


Só que apenas uma semana antes da estreia de Rambo 3, eis que “camarada” Gorbachev anuncia a retirada completa das tropas soviéticas do Afeganistão. Atropelando o filme como o caminhão que Rambo dirige lá no primeiro filme, virando motivo de muita brincadeira.
De qualquer forma,  passando por cima disto, Rambo 3 se mostra uma aventura eficiente, numa das produções mais caras do cinema até então. Que de fato só peca mesmo em algumas situações forçadas, como inserir um garoto que quer ser sidekick de Rambo - inserido logicamente devido aquela popularização infanto-juvenil que citei - , e a absurda, sem sentido,  amalucada e inverossímil sequência final do duelo entre Rambo a bordo de um tanque e o comandante soviético (Marc de Jonge) a bordo de um helicóptero.


E talvez justamente por este tropeço em Rambo 3, a franquia ficou encostada na prateleira de Stallone por anos.
Até que em 2008 vem o anúncio que Stallone faria mais um capítulo na vida do Boina Verde. Na verdade nenhuma surpresa já que o ator ao menos naquela época parecia disposto em colocar um ponto final nas sagas que o tornaram famoso, sendo que Rocky Balboa já tinha tido seu “epílogo” dois anos antes.


Só que aqui em Rambo 4 (John Rambo no original), Sly assumiu não apenas o roteiro como também a direção, de um filme que se por um lado se viu livre das amarras de agradar a determinados públicos, conseguindo fugir da caricatura,  por outro acabou desagradando pequenas parcelas de platéia pelas suas altas doses de violência explícita.
É claro que Stallone tinha como meta aqui retomar a essência do personagem que foi se perdendo ao longo das sequências, mas não contava com um problema bem mundano, a falta de verba.

O diretor Stallone instrui um dos "soldados inimigos".

Só para se ter ideia, Rambo 4 teve um orçamento menor que Rambo 3 feito duas décadas antes.
Isto se refletiu por exemplo no tempo total da película de roteiro meio quebrado,  e até no elenco, pois se nos filmes anteriores tínhamos ótimos atores como Brian Dennehy, Steven Berkoff e Marc de Jonge como antagonistas do herói, aqui o que temos é um sujeito baixinho de bigodinho, para lá de genérico,  do qual não sabemos nem o nome, e que para criar antipatia no público precisou até ser retratado como pedófilo.


Mesmo assim a direção de Stallone nas cenas de ação é mais que precisa, é inspirada, e consegue fazer qualquer um ficar grudado, seja na poltrona de um cinema ou no sofá de casa,  com o óbvio destaque para o insano tiroteio da sequência final, com uma tempestade de disparos de armas .50 que despedaçam os inimigos num excelente trabalho de montagem.
Para no fim, depois de toda a violência,  nos brindar com um singelo final no qual após décadas, o guerreiro retorna ao lar no Arizona. Final que aqui confesso, considerei ao assistir o filme, absolutamente perfeito.


E isto nos leva ao fim deste texto,  no qual fico me perguntando a razão (fora a monetária), para se fazer mais um filme com Rambo.
Já há uma lenda urbana dizendo que Stallone tinha já trabalhado todo o roteiro para este quinto capítulo,  com a ajuda do próprio  David Morrell , em que o personagem viria numa versão bem mais intimista, e mais dramática que o original do livro, mas que o estúdio teria rejeitado o roteiro. Sendo que o mesmo estúdio tempos depois teria soltado uma nota no qual sinalizava que poderia sim, fazer um novo filme de Rambo, mas sem Sly como protagonista.


Resultado? Stallone se prontificou a personificar mais uma vez o Boina Verde , e aqui estamos nós 37 anos depois a beira de mais um Rambo ,  que até pode ser que seja muito bom, mas que já de cara carrega o peso de ter quebrado com um final de saga que parecia perfeito, ao fim do percurso do caminho do guerreiro.