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quinta-feira, 25 de outubro de 2018

O Dia em que Martin Luther King salvou Jornada nas Estrelas


Este é um artigo diferente dos demais que costumo a escrever aqui para o “Ponte de Comando”, e não sei se será o primeiro de uma série, como as listas dos “10+” que volte e meia faço aqui.
Mas é que sempre me causou fascínio a forma como a ficção pode influenciar a vida real, e nestes dias em que os ditos fãs da assim chamada cultura pop, cada vez mais parecem se importar menos com a importância daquilo que leem, assistem ou escutam, resolvi resgatar este pequeno, mas sensacional, capítulo deste mundo que eu e você adoramos.
Uma história já bastante conhecida por muitos, mas que tantos outros talvez jamais tenham escutado falar...
O Dia que Martin Luther King salvou Star Trek!



Em 1966, em plena ebulição sócio-política que viviam os Estados Unidos tanto dentro quanto fora de seu território, ia ao ar uma série de ficção-científica, ou espacial se preferirem, que antes de tudo era uma exteriorização do pensamento de seu criador, Gene Roddenbery.
Jornada nas Estrelas, a série que mostrava a espaço nave Enterprise em sua viagem de cinco anos para explorar novos mundos, na mente de seu criador precisava ser algo mais.

Gene Roddenberry e sua cração

Ainda que de forma absolutamente utópica para época (e infelizmente ainda hoje), Jornada nas Estrelas apresentava para um mundo no auge da chamada “Guerra Fria”, do crescimento do conflito da Guerra do Vietnã, e das lutas pela igualdade racial e direitos civis, uma tripulação não apenas multinacional, como multiétnica (e não, aqui não coloco Spock na conta).

A tripulação multinacional da Enterprise

Na sua tripulação havia Hikaru Sulu, um japonês, numa época que as feridas da 2ª Guerra Mundial ainda estavam longe de cicatrizar ainda para muitos; Pavel Chekov, um russo, isto como disse no auge da “Guerra Fria”; e ela a tenente Nyota Uhura, uma mulher, negra, com um nome 100% africano (apesar de parecer nipônico, Nyota, tem origem em idiomas como o Swahili).
E apesar de ter tido problemas iniciais com os executivos da rede NBC que recusaram o primeiro piloto da série, Gene Roddenberry conseguiu fazer sua nave e tripulação decolarem.



Mas eis que numa sexta-feira ao fim de mais um dia de exaustivas gravações do fim da primeira temporada, Nichele Nichols, a tenente Uhura, foi até Gene para lhe comunicar que deixaria o seriado. Oque deixou o criador de Jornada nas Estrelas perplexo.
Nichols que já era uma cantora/atriz bem conhecida no meio do teatro musical, ao que parece passou a se sentir preterida em razão de que toda a atenção da série girava basicamente em torno dos personagens Kirk (William Shatner) e Spock (Leonard Nimoy), além de não parar de receber convites para retornar ao teatro.


Os caminhos de Martin Luther King e Jornada Estrelas se cruzariam de maneira inesperada

Contudo, Gene Roddenberry não aceitou seu pedido de desligamento, e como o fim de semana batia à porta, pediu para atriz repensar sua decisão, e apenas lhe dar sua posição definitiva quando do retorno às gravações na segunda.
Bem, durante aquele exato fim de semana em Los Angeles, Nichele Nichols tinha um compromisso marcado num evento beneficente na NAACP, traduzindo a sigla, Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor. Sim, pois naquela época os negros, ou afro-americanos, eram até por eles mesmos referidos nestes termos.

Nichele Nichols e Martin Luther King Jr. - O encontro que redefiniu Star Trek

E durante este meeting, lhe foi solicitado que ela pudesse atender a um grande fã de Jornada nas Estrelas que ali estava. Pois bem, ela então aguarda numa sala a chegada deste tal fã, e quando a porta se abre que surge a sua frente é Martin Luther King Jr, o maior líder pela igualdade dos direitos civis em terras estadunidenses.
Sim, era ele o grande fã! Como, aliás, o próprio se referiu segundo declaração da Nichele.



Os dois então começaram a conversar, e durante esta conversa, Nichele Nichols citou para Luther King que iria deixar Jornada nas Estrelas, ainda que fosse sentir muita falta dos amigos que fez no elenco.
Ao escutar aquilo, a fisionomia de Martin Luther King teria mudado radicalmente, assumindo um tom mais sério, quase de preocupação, e o ganhador do Prêmio Nobel da Paz teria dito:
 - Você não pode fazer isto! Não pode deixar Star Trek!
Tal declaração de acordo com Nichele teria a deixado atordoada.
E Luther King prosseguiu dizendo que aquela era a primeira vez que eles, os negros, estavam sendo vistos em todo mundo como deviam ser vistos, como pessoas capazes, bonitas, que podiam sim dançar e cantar, mas que podiam ser professores, advogados, como, aliás, já eram, ou até mesmo explorar o espaço.



E arrematou dizendo que Star Trek - Jornada nas Estrelas era o único programa que ele e Corina, sua esposa, permitiam que seus filhos pequenos assistissem.

Luther King, sua esposa Corina e seus três filhos - Uma família Trekker

Bem... Ao que parece diante do pedido do Luther King, os planos de Nichele Nichols de deixar Jornada nas Estrelas acabaram mudando.
Assim como o pedido de demissão que não se concretizou mudou a visão de Gene Roddenberry que percebeu, mesmo sem saber do encontro de sua estrela com o Dr.King, que havia bem mais a explorar em seu seriado do que a princípio imaginava.

Nichele Nichols e William Shatner - E o primeiro beijo inter-racial da tevê mundial

Dando de presente a Nichols, por assim dizer, um episódio no qual ela pode cantar, matando a saudade do teatro musical, e lhe dando o protagonismo de um momento histórico quando protagonizou com William Shatner o primeiro beijo inter-racial da tevê mundial.


Fazendo de Grace Dell Nichols (seu nome de batismo), ou simplesmente Nichele, não apenas um ícone para a cultura pop mundial, como aquela que definitivamente abriu as portas da tevê e cinema para as mulheres negras, e fez de fato a tripulação da Enterprise ir audaciosamente onde nenhum homem  jamais esteve.


Isto lógico, com uma ajudinha de um certo pastor da Georgia...




























segunda-feira, 15 de outubro de 2018

TITAN AE


Final dos anos 90, o cenário do cinema de animação nos Estados Unidos tinha se recuperado completamente do marasmo no qual estava hibernando alguns anos antes.
A Time/Warner com suas séries e longas oriundos do “DCTimmverse” dominava sobretudo o mercado de tevê e home vídeo e ainda conseguia emplacar alguns outros acertos mais que interessantes como o maravilhoso e já resenhado aqui “Gigante de Ferro”. A Disney sendo a Disney, fazendo seus rios de dinheiro pisando no “terreno seguro” de se fazer versões mais facilmente assimiláveis pelo público médio de histórias já existentes, além da parceria com o estúdio Pixar. Sem falar na Dreamworks de Steven Spielberg.
E de fora de tudo isto tínhamos a Fox. Uma das gigantes do cinema “live action”  , que de repente, quase num estalo, se deu conta do mercado que estava perdendo,  e que no ano 2000 resolveu, digamos, contra-atacar.
E assim surge... Titan AE!



Com roteiro de Ben Edlund, John August e Joss Whedon (sim, ele mesmo, o diretor de “Vingadores”), a animação já começa, justiça seja feita, metendo o pé na porta.
Mostrando os últimos momentos de nosso planeta durante a invasão (ou seria ação de extermínio?) orquestrada pelos Drejs, uma raça de alienígenas feitos de energia, que no ano de 3028 ataca a humanidade sem nenhuma razão aparente.

O Professor Tucker se despede de Cale durante o ataque Drej

E é durante estes momentos finais da Terra, que um cientista chamado Sam Tucker (que na versão original tem a voz de Ron Pearlman) envia seu filho Cale para escapar em uma das centenas de naves que tentam fugir antes do ataque final Drej. E enquanto se afastava, o pequeno Cale vê o pai rumando para um celeiro no meio do campo, de onde logo após de debaixo surge uma imensa nave, diferente de todas as outras.
E oque acontece depois disto?
Simples, nosso planeta explode. Sim, vai pelos ares. E levando a lua junto inclusive. Tudo isto com menos de dez minutos de animação, algo que vamos combinar, não é nem um pouco comum em se tratando de animações estadunidenses.

Cale quinze anos depois da fim da Terra.

Quinze anos então se passam, e vemos oque sobrou da raça humana fragmentada em colônias espaciais aqui e ali, enquanto era na maioria das vezes olhada de cima para baixo por outros povos. Ou seja, os humanos aqui tinham se tornado os alienígenas, os estrangeiros, os forasteiros.

Matt Damon faz a voz de Cale Tucker adulto.

E nos deparamos com Cale (aqui com a voz de Matt Damon na versão original), trabalhando numa espécie de estação espacial, bem amargurado por pensar ter sido abandonado pelo pai e só preocupado consigo mesmo, até que é procurado por um antigo amigo de seu pai, o capitão Joseph Korso (na versão original tendo a voz de Bill Pulman).

O Capitão Korso

E Korso conta então a Cale sobre a mítica nave que ele tinha visto sair de debaixo da terra quando garoto, e que segundo o capitão seria a possível chave para a salvação do que havia sobrado da humanidade.


E que Cale teria os meios para encontrar a nave, pois possuía no anel que havia ganho do pai uma espécie mapa que os levariam até a nave.


Os Drejs
Algo que Cale reluta num primeiro momento, mas nada que a aparição de uma patrulha de Drejs não possa ajudar para uma rápida mudança de opinião.

Akima ganhou a voz de Drew Barrymore

Indo para a nave de Korso, onde conhece o restante de sua tripulação: a piloto Akima Kunimoto (que na versão original ganhou a voz de Drew Barrymore), única humana além de Korso na nave; Gune, um pequeno cientista verde que lembra uma tartaruga; Stith, uma fêmea perita em armas que lembra uma canguru; e Preed, que mais lembra um rato humanoide.

A Valkyria, a nave de Korso

E este é um ponto da animação que se não chega a ser uma novidade, mas configura uma característica empregada em todos os outros seres da animação, como se feito de forma proposital para acentuar ainda mais a separação dos humanos das demais nações que habitavam o universo.

Gune...


...Stith...


...e Preed, o restante da tripulação de Korso.

Algumas situações dentro da trama até são bem previsíveis como o romance entre Cale e Akima, mas outras são ótimas reviravoltas que estabelecem uma dinâmica muito interessante entre os principais personagens. 

O romance entre Akima e Cale - Pedra cantada desde o começo do longa

Já li algumas críticas a esta animação sobre a fundamentação dos personagens e suas motivações dentro da trama, mas aqui vou me permitir fazer um comentário mais pessoal. Isto é uma grande bobagem e tais motivações são bem claras pra quem se dá ao trabalho mínimo de entender que todos ali procuravam sobreviver num universo quase todo comandado pelos Drejs e sua rainha (aliás, me arrisco a dizer que há aí uma leve influência de Galaxy Rangers).

A Rainha Drej

Além disto, o longa-metragem ousa bastante na mistura de animação tradicional com animação em 3D, numa época em que esta última ainda engatinhava e sempre no âmbito do cinema acabava (e ainda acaba) ligada a animações mais infantis. Chegando a pincelar alguns pequenos toques de sensualidade em uma outra cena de Akima.



E nos brindando com sequências espetaculares, não apenas na sua abertura, como em passagens como a perseguição dos Drejs aos protagonistas no planeta de seres alados em meio a incríveis árvores de hidrogênio.


Sequências de ação que combinavam a animação tradicional ao 3D.

E se há algo que talvez possa criticar nesta animação, seja a incerteza de seus produtores, que apesar de serem muito felizes em diversas escolhas feitas, ao que parecem em alguns momentos ficaram meio que na indecisão de qual público de fato atingir. Fora uma certa, forçada de barra, em sua trilha sonora a fim de parecer moderno, colocando nomes como Creed e Jamiroquai nela.



Mas tais pontos, ao menos para este escriba, talvez sejam de fato os únicos fracos, de um filme que na maioria do tempo de sua hora e meia de  duração sabe mesclar muito bem diversas sequências de ação espetaculares com momentos absolutamente lúdicos, e momentos de humor que jamais tentam se sobrepor a narrativa principal. 



Mostrando-nos um caminho que infelizmente as animações estadunidenses para cinema não seguiram, fazendo de Titan AE um raro e infelizmente subestimado exemplo do que os norte-americanos poderiam oferecer para a arte da animação se deixassem para trás algumas amarras.




























sábado, 6 de outubro de 2018

Trovão Azul


            A partir do fim da Segunda Guerra Mundial, após muitos tipos de revés, enfim o helicóptero tinha deixado de ser uma mera utopia na mente de projetistas para se tornar uma máquina versátil e indispensável tanto nos teatros de operações bélicas como em ações civis.
      E lógico que o cinema não poderia deixar de explorar tal invenção, porém, sua ação apesar de várias vezes constante, nunca havia colocado o aparelho de asas rotatórias como protagonista de uma produção audiovisual, talvez com a honrosa exceção da já citada aqui certa vez, cena do ataque de “Apocalipse Now”.
            Mas isto foi até 1983 e a chegada de... Trovão Azul!



           As perseguições com carros já não eram mais nenhuma novidade no cinema havia décadas, e nos anos 1970 pareciam ter atingido seu ápice com filmes como “Bullit” ou o engraçado “Agarra-me Se Puderes”, e foi então com a proposta inicial de levar para os céus as perseguições que comumente aconteciam nas ruas e estradas das cidades que ainda em 1982 começou a produção do filme que quase sem querer mudaria a história de uma pequena parte do cinema de ação e aventura.




     Escrito por Dan O’Bannon (roteirista de Alien o 8º Passageiro), Don Jakoby (roteirista de Desejo de Matar 3) e Chuck Reisner Jr. (roteirista do primeiro filme de Dirty Harry, Perseguidor Implacável), Trovão Azul começa a se distinguir das demais produções da época, não apenas por sua “aeronave protagonista”, mas também por mostrar pela primeira vez o trabalho da divisão aérea da polícia e por mostrar uma trama bem mais  “recheada” de elementos que a maioria dos filmes policiais da época.

O diretor John Badham instrui Roy Scheider durante as filmagens

     Dirigido por John Badham (Os Embalos de Sábado a Noite / Drácula), e tendo como protagonista Roy Scheider (Tubarão / Operação França), o filme pegava gancho na vindoura à época Olimpíada de Los Angeles, evento que obviamente pedia um “reforço” em termos de segurança para cidade.

Murphy (Roy Scheider) começa a aprender sobre os sistemas do Trovão Azul.

        E como o projeto do Trovão Azul (apelido que ganhou entre os policiais do filme) era essencialmente algo policial, um dos agentes desta divisão é então escolhido para ser o piloto oficial do helicóptero.

Longe do esteriótipo de herói, Murphy algumas vezes parecia viver no limite de seus nervos.

      O interessante é ver que o escolhido, Frank Murphy (Scheider) possuía uma personalidade e vida que passavam muito longe do estereótipo do herói galã perfeito, quase (guardando as devidas proporções) uma espécie de prequel do John McClane que Bruce Willis imortalizaria cinco anos depois em Duro de Matar. 

O coronel Cochrane (Malcom McDowell) - Parte das piores lembranças de Murphy sobre a guerra.

Um sujeito que vivia uma relação pra lá de complicada com a companheira (Candy Clark), que testava sua noção de espaço-tempo com um relógio de pulso a toda hora, e nutria traumas da época da Guerra do Vietnã que viriam à tona de forma inesperada, quando é apresentado ao piloto que lhe instruiria na condução do novo helicóptero, o coronel Cochrane (Malcom McDowell, fazendo jus a sua fama de ser um dos melhores atores para vilões do cinema).



Inclusive reza a lenda urbana que a primeira versão apresentada do roteiro mostraria Murphy literalmente surtando, mas como tal visão foi considerada muito pessimista, lógico, acabou sofrendo aquelas conhecidas adaptações, mas que neste caso em nada comprometeram o cerne do personagem.

Murphy (Scheider) e Lymangood (Daniel Stern)

Mas se estes fossem todos os problemas de Murphy tudo estaria bem. Contudo, durante um voo noturno com o Trovão Azul com seu novo parceiro e observador Lymangood (Daniel Stern), ao experimentar os sistemas de microfones do helicóptero acabam esbarrando e gravando uma conversa de agentes e membros de alto escalão do governo que queriam dar a aeronave uma utilização um pouco diferente da originalmente pensada.
Só que a coisa só piora, pois descobertos, os dois policiais passam a ser perseguidos, oque acaba culminando com a morte de Lymangood, só restando a Murphy trazer seus perseguidores para frente dos holofotes da mídia.

Perseguido, Murphy "pega emprestado" o Trovão Azul.

E qual a melhor maneira de fazer isto se não “pegando emprestado” o Trovão Azul?
Oque dá início a longa e sensacional sequência final do filme, e que deu um trabalho danado para produção e para o diretor John Badham.



           Por que?
Bem, para que o Trovão Azul parecesse algo de fato único e não um helicóptero conhecido, a Columbia Pictures comprou dois helicópteros Aerospatiale Gazelle AS-341G, e estas duas aeronaves foram enviadas para então Hughes Aircraft (hoje em dia propriedade da Boeing), onde foram severamente modificados, ficando com a aparência que conhecemos.

O Gazelle - O helicóptero que foi a base para o Trovão Azul

O problema é que tais modificações deixaram os helicópteros tão pesados, que várias das cenas escritas no roteiro tiveram de ser repensadas para sua execução, numa época que nem se sonhava com efeitos de CGI atuais, com o uso de miniaturas rádio controladas e truques de câmera, em especial a cena em que o Trovão Azul dá um looping completo, coisa que na época apenas o Westland Lynx e o AH-64 Apache faziam na vida real, oque gerou uma indicação ao Oscar de melhor montagem no ano seguinte.

Modelos radio controlados foram usados durante as filmagens.

Na época, ainda que não tenha sido um fracasso, afinal só em território estadunidense arrecadou quase o dobro do valor de sua produção, acabou ficando um pouco aquém do que o estúdio planejava. Ainda assim foi capaz de gerar um seriado de tevê, que durou apenas uma temporada com onze episódios. E acabou se tornando um dos percussores do fenômeno do videocassete na época, se tornando um sucesso maior no mercado de “home vídeo” do que no cinema.



Em 2015 a Sony chegou a anunciar que faria um remake do filme, com roteiro de Craig Kyle (Thor:Ragnarok), que também seria produtor executivo, e que se manteria fiel a ideia original do roteiro de O’Bannon, contudo, nada mais foi comentado após isto até hoje.


Porém, a ideia primária de Trovão Azul acabou se incorporando em definitivo ao cinema de ação e aventura, tornando as perseguições com helicópteros, algo que passou a ser usado em vários outros filmes como “Rambo 2” e no mais recente “Mercenários 3”, fazendo a aventura dirigida por John Badham ganhar o status de cult que merecidamente possui hoje.